As estatísticas apontam que um número considerável de pessoas sofre de Doença Renal Crónica e, que inclusive, grande parte delas se encontram, ou já passaram por tratamentos (dois terços em diálise e um terço transplantados), o que demonstra que a prevenção primária é fundamental, por permitir que o número de pessoas que sofrem desta doença diminua.
A alimentação saudável é um dos fatores que para além de prevenir a doença, ajuda na sua gestão, independentemente, do estado da função renal, uma vez que:
- Garante as necessidades nutricionais, evitando subnutrição ou má nutrição;
- Ajuda a manter o peso adequado;
- Garante as necessidades energéticas, de acordo com a atividade e estado fisiológico;
- Diminui o peso sobre a função renal, evitando degeneração;
- Reduz a sintomatologia;
- Previne miólise;
- Ajuda no controlo da glicose e/ou diabetes e outras síndromes metabólicas.
Insuficiência renal aguda
A insuficiência renal aguda tem um início repentino e deteriora rapidamente a função renal, resultando numa elevada taxa de mortalidade (cerca de 60-65%) sendo, no entanto, passível de ser revertida. Claro está, que na falta de um correto acompanhamento médico e nutricional a sua evolução para doença renal crónica é de risco elevado.
Intervenção nutricional
Tendo em conta que genericamente a insuficiência renal aguda é um processo catabólico, é necessário ser executada uma cuidadosa intervenção nutricional, sendo as diretrizes comuns em prática hospitalar:
- Evitar a perda de proteínas viscerais e somáticas, tendo em conta que a necessidade proteica variará consoante o estado renal, diálise e estado proteico;
- Garantir aporte calórico que evite a perda energética;
- Monitorizar os níveis de potássio e fósforo;
- Monitorizar o balanço de líquidos;
Insuficiência renal crónica
Na doença renal crónica, existe uma perda gradual e progressiva da função renal, sendo esta irreversível. As causas mais comuns são a diabetes e a hipertensão, mas também pode acontecer que a doença se desenvolva por origem infeciosa, por exposição a substâncias nefrotóxicas ou doenças imunes.
Neste tipo da doença, o paciente pode perder até 75% da função renal e manter-se assintomático.
Intervenção nutricional
Em termos clínicos, a intervenção nutricional tem como alvo permitir que se mantenham as funções renais principais, que nestes doentes, estão em rápido declínio. Desta forma, deverá:
- Efetuar-se um cálculo calórico e proteico com base no peso corporal padronizado, contemplando apenas necessidades de manutenção, devendo o aporte calórico ser suficiente para atender às necessidades calóricas e evitar o catabolismo proteico;
- Aplicar-se restrições de sódio abaixo de 1g;
- Controlar a ingestão de fósforo;
- Limitar a ingestão de cálcio a um máximo de 2g/dia;
- Limitar a ingestão de líquidos, especialmente, se existir insuficiência cardíaca congestiva.
Percebe-se assim, que especialistas da área defendem que uma dieta específica perante a presença desta patologia melhora a condição clínica, recomendando doses nutricionais e dietárias de proteína, sódio, potássio, fósforo, cálcio, fibras, calorias e gorduras, conforme o estádio da doença. Ressaltam, portanto, que uma dieta baixa em proteína pode diminuir a progressão da doença e ajudar os doentes a evitar, ou aumentar o tempo sem necessidade de diálise.
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